Jornal de Brasília: Governador é criticado por distritais pela condução no combate à pandemia

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Jornal de Brasília: Governador é criticado por distritais pela condução no combate à pandemia
Jornal de Brasília: Governador é criticado por distritais pela condução no combate à pandemia

Em meio às cobranças, o plenário prestou um minuto de silêncio em homenagem a conselheira tutelar Irailma Passos, morta aos 36 anos por Covid-19

Jornal de Brasília – Parlamentares da Câmara Legislativa do DF usaram a tribuna virtual na sessão remota desta terça-feira (6), para criticar a condução da crise sanitária pelo governador Ibaneis Rocha. Entre outros temas, reclamaram dos problemas na vacinação e da falta de providências para resolver o “colapso” das unidades de saúde.

O deputado Chico Vigilante (PT) usou termos como “incompetência e irresponsabilidade” para descrever a situação enfrentada pela população de 66 anos de idade que compareceu aos postos de imunização, depois de anúncio do GDF, mas o número de doses disponíveis foi insuficiente para atendê-los. Também descreveu as dificuldades enfrentadas pelas funerárias e o reajuste no preço de insumos necessários aos sepultamentos.

Já Arlete Sampaio (PT) acrescentou que, enquanto os hospitais estão “abarrotados” e falta pessoal em número suficiente para prestar um serviço de qualidade, “o governador comparece a evento com o presidente a quem declara fidelidade”. A distrital chamou a atenção ainda para uma possível falta de doses para cobrir toda a segunda etapa da vacinação, considerando o total de imunizados no DF. “Além disso, não há um gesto objetivo em relação a aquisição direta de vacinas”, completou.

Leandro Grass (Rede), por sua vez, considerou que Brasília sofre com um “vazio de liderança”. Na avaliação dele, Ibaneis Rocha “quer agradar a todos e não perder apoio político, por isso, constatamos a inexistência de metas, prazos e prioridades”. Seguindo sua análise, apontou que o governador “não foi capaz de tomar as providencias necessárias” para enfrentar os problemas. “Não existe testagem e os hospitais estão colapsados. É urgente que o governo faça alguma coisa”, apelou.

Além de lamentar os números recordes, que fazem o DF figurar entre as unidades da federação com o maior número de óbitos, Júlia Lucy (Novo) afirmou que “se houvesse um sistema que acolhesse os pacientes de forma rápida, assim que constatada a doença, muitas mortes poderiam ter sido evitadas”. A deputada disse ter ouvido relatos sobre o esgotamento das equipes de saúde e defendeu prioridade na vacinação para pessoas com comorbidades, especialmente, submetidos a tratamentos oncológicos e diálises.

Sobre esse ponto, preferência na imunização, vários parlamentares manifestaram-se. Eduardo Pedrosa (PTC) seguiu a colega e ratificou a necessidade de imunizar urgentemente esse grupo. “Não podemos deixá-los para trás em virtude da escassez dos fármacos”, argumentou. Enquanto João Cardoso (Avante) pediu pelos garis – “que recolhem, inclusive, lixo contaminado” – e pelos estagiários da área de saúde que estão na linha de frente.

Conselheiros tutelares

Lembrando o falecimento por Covid-19, nesta data, da conselheira tutelar Irailma Passos, que atuava em Taguatinga, o deputado Fábio Felix (Psol), intercedeu a favor desses profissionais, “que têm um papel fundamental nesse período, principalmente, devido às escolas fechadas”. A morte da conselheira aos 36 anos de idade, quando completava quatro meses de gravidez, também foi lamentada por outros distritais. A deputada Jaqueline Silva (PTB), ao mesmo tempo em que prestou solidariedade à família e aos amigos, reforçou a importância de priorizar a vacinação da categoria.

Emocionado, o deputado Delmasso (Republicanos) dirigiu-se à memória de Irailma Passos, que conhecia pessoalmente, e, elogiando a sua dedicação aos adolescentes, observou que “um dos maiores sonhos dela era ser mãe”. O parlamentar discorreu sobre os “dias difíceis” pelos quais vem passando com a perda de amigos para a Covid-19. Além da conselheira, homenageou Alvino Garcia, pastor da Igreja Sara Nossa Terra, e Divino Alves, ex-administrador do Guará. Por fim, sugeriu um minuto de silêncio pelas mais de 6,3 mil vítimas da pandemia no DF, que foi observado por todos.

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