Correio Braziliense: ‘Dizer que vai proibir obras de Michelangelo é uma falácia’, afirma Delmasso

507
Correio Braziliense: 'Dizer que vai proibir obras de Michelangelo é uma falácia', afirma Delmasso
Correio Braziliense: 'Dizer que vai proibir obras de Michelangelo é uma falácia', afirma Delmasso

Correio Braziliense – A votação em primeiro turno na Câmara Legislativa do projeto de lei nº 1.958/18 que proíbe manifestações artísticas e culturais com “teor pornográfico” ou vilipêndio a símbolos religiosos em espaços públicos do DF foi acirrada. Entre os 24 deputados distritais, 13 participaram da sessão por videoconferência. Ao final, foram sete votos favoráveis e seis contrários ao texto de autoria do presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB).

Correio conversou com alguns dos parlamentares favoráveis à proposta. Para Rodrigo Delmasso (Republicanos), a argumentação de quem votou contra não procede. “Dizer que vai proibir obras de Michelangelo, por exemplo, é uma falácia. Acompanho essa discussão e sou um dos principais defensores, sou conservador com orgulho, para garantir o direito da maioria das pessoas que não acha adequado esse tipo de exposição no meio da rua e, em exposições, desde que tenha classificação indicativa”, afirmou.

Na avaliação do deputado, o projeto é claro ao estabelecer a necessidade de exposições e museus usarem a classificação indicativa e informarem o conteúdo ao público. “Queremos proibir sim performances no meio da rua, na qual a pessoa fica totalmente nua e, em tese, faz performance. Queremos proibir e evitar o que aconteceu na marcha das vadias, no Rio de Janeiro, em que, na frente de uma Igreja Católica, colocaram um crucifixo no ânus. Não é uma afronta à cultura, não quer dizer que isso vai proibir exposição em museu. O que está no projeto e sou favorável é que crianças e famílias não sejam expostas a nudez no meio da rua, onde todos passam e não tem como escolher não ir. Então, ele tem o direito de apresentar o nu dele e eu não tenho direito de ver o nu cultural dele? Para mim, esse projeto garante todas as liberdades, tanto da maioria quanto da minoria”, concluiu.

Na íntegra